Uma Declaração de Independência para o Brasil

 
A Independência é algo que deve ser celebrado por cada nação que experimentou a mão opressora da nação invasora. Todos queremos liberdade daqueles que nos escravizam, e clamamos ao Alto esperando pela chegada do Libertador, daquele que nos dará vitória, alegria e esperança.

Todos abrigamos sonhos messiânicos sobre a aparição - ou manutenção - de quem acreditamos que conseguirá vencer a fome, a pobreza, a desigualdade, a insegurança, a inflação e as injustiças, assim como mais e mais problemas que nos afligem diariamente. No caso do Brasil, não somos mais uma nação jovem, mas temos essa impulsividade adolescente de não querer esperar por respostas estruturais, mas de panos quentes que nos tirem a febre, mesmo que a infecção ainda esteja dentro do corpo.

Há 200 anos, o país entendeu que a melhor decisão a ser tomada era se declarar livre do Portugal. Hoje, vemos que a polarização nos impede ver e decidir o melhor para o nosso Brasil brasileiro, porque cada um não deseja convencer o outro pelo diálogo e discussão saudável das ideias, mas na força da violência de palavras, argumentos de baixo calão até chegarmos a casos de maltrato!

Para onde vamos como nação?

Jesus falou que um reino dividido não se sustentaria, e isso é um princípio básico para toda nação. Hoje, vivemos em meio de uma fragmentação da sociedade dentro da nossa terra: somos separados por pensamentos políticos, cor da pele, condição social, regiões geográficas-administrativas e assim por diante; o que nos leva a pensar se realmente pisamos a mesma terra, comemos do mesmo solo, compartilhamos o mesmo orvalho ou se somos irmãos do mesmo território tão vasto e gigante que é o Brasil, ou se agora, independentes do Portugal, somos reféns das ideias, o que nos impede olhar com clareza ao próximo com amor.

Sombras se aproximam sobre a nação, principalmente as sombras da destruição da sociedade do jeito que a conhecíamos. Na verdade, elas já estão sobre nós, nos invadiu e aceitamos isso de boa vontade em nome da pluralidade, da aceitação da diversidade e da liberdade de escolha que cada um deveria ter garantido pela Lei. Mas acabamos recebendo aberrações, imoralidade, promiscuidade e a degradação da condição humana, ao ponto de que muitos preferem assassinar uma criança no ventre, porque consideram que eles não têm direito à vida.

O secularismo, o humanismo e o ateísmo penetraram fortemente nas escolas, e nós temos sido coniventes com isso porque acreditávamos que não podíamos misturar o sagrado e profano. Lentamente a fé foi ficando no reduto da Igreja, porque nem em casa se nos permite ensinar aos nossos filhos sobre a fé, embora lhes seja ensinado aos nossos infantes que eles podem decidir qual deve ser o gênero que desejam ter, sendo bombardeados todos os dias pela mídia a uma falsa sensação de liberdade nesse ponto.

Para muitos no Brasil, e na sociedade ocidental, a expressão de Nietzsche "Deus está morto, e estamos felizes com isso" é a regra de fé, e não sentem vergonha de ensinar isso aos quatro ventos. Mas, para nós cristãos, a expressão "a fé se vive no âmbito privado" é a gaiola que querem nos impor.

Agora, temos que reconhecer que a nossa nação nunca foi uma nação cristã no sentido bíblico, e temos que reconhecer também que nunca o seremos, mas isso não é desculpa para termos permitido que o mundo nos mostrasse a pauta da pregação através do secularismo, das religiões comparadas, das Ciências da Religião e do liberalismo teológico, nos afastando cada vez do Evangelho de Cristo, da nossa condição pecaminosa que nos torna impossível alcançar e buscar o Santo dos Santos, e de como o Pai manifestou Sua Graça sobre nós em Cristo, através da sua morte substituta, tomando o nosso lugar na cruz para nos dar vida em abundância, uma nova esperança e a segurança de que, não pertencendo a este mundo, as ideologias, pensamentos e filosofias são nada se comparado com o conhecimento de Cristo, em quem se encontra escondidos os tesouros da sabedoria do Pai, revelado a nós nas Escrituras pelo Espírito.

Precisamos de uma nova Declaração de Independência, não fundamentada no culto ao homem, na busca do Messias ou de um Pai dos Desamparados humano. Não precisamos de alguém que nos ofereça migalhas a custa do enriquecimento deles pelo bolso do próprio povo. Não devemos ir atrás de promessas vazias de prosperidade e cópias de regimes fracassados na história, nem muito menos de querer opressão contra algum grupo específico, muito menos alguém que insulte quem pensa diferentes, minta descaradamente ou se aproveite da fé dos outros para ganhar seguidores pela manipulação e o misticismo. 

Queremos uma nação livre e soberana, onde o governo garanta pleno desfrute dos direitos, e que os cidadãos cumpram seus deveres de maneira cívica e organizada. Uma pátria onde os nossos filhos não tenham que escolher um país para fugir, mas que vejam as oportunidades de investimento e crescimento que sua terra lhes oferece, e se alguém tiver que emigrar, que o faça porque quer. Desejamos uma nação onde todos tenhamos acesso a uma qualidade de vida excelente, onde todos possamos, na medida das nossas possibilidades, viver no contentamento das coisas que Deus nos dá, abrigando a possibilidade de crescimento e progresso. 

Mas, acima de tudo, meu desejo é que a verdadeira Independência seja alcançada por cada brasileiro e estrangeiro que habita nesta linda terra que me acolheu há mais de 15 anos e que me adotou como filho: a possibilidade de que, num encontro com Jesus, tenhamos os nossos pecados perdoados pelo arrependimento e fé, sendo adotados pelo Pai como seus filhos, e recebendo o Espírito como a segurança da nossa herança celestial. Minha oração é que, acima das esperança das eleições, possamos olhar para o Alto, e ver Aquele que fez o céu e a terra, reconhecendo que Ele reina sobre tudo e todos, e que um Dia julgará o mundo com justiça e equidade. E a Ele sempre deveremos Suprema obediência e rendição.

Concluindo, desejo que Cristo seja exaltado no Brasil, porque somente assim teremos completa e plena liberdade!

Parabéns Brasil, que privilégio é ser parte dos 200 anos de Independência, e que sejam muitos mais até a chegada da Nova Jerusalém!

Comentarios

Anónimo dijo…
Maravilhosa contemplação do povo que somos e onde devemos nos esperançar! Que nosso Brasil nos permitir ser e fazer o que de melhor possamos para o fortalecimento de nossa pátria e nação! Que Jesus seja compartilhado pelo testemunho de vida e que alcancemos o nosso alvo.