Quem é o Dono da Verdade? - como uma sociedade relativista pode determinar o que é verdadeiro ou falso?

Vivemos a crise das fake news, e ao mesmo tempo o desejo de expressar nossas opiniões e querer acreditar no que quisermos; deve ser por isso que houve um aumento na exposição do terraplanismo no nosso meio e de notícias sobre inúmeros remédios e tratamentos contra o Covid-19, entre outras que são mais incríveis, como o cabelo dentro da Bíblia, que serve para fazer um chá milagroso.

Infelizmente, dentro do grupo dos que acreditam em qualquer coisa estão muitos que confessam Jesus como Senhor.

Estamos perante uma crise da verdade: todo mundo tem a sua, e isso é preocupante. Se a verdade é um construto de ideias aceitas pela sociedade - como pensam alguns - então estamos irremediavelmente perdidos a cair numa espiral de verdades relativas, que perderá a vigência quando a sociedade aceitar outra ideia como "a verdade". As Leis serão de curta duração, ou não haveria necessidade de leis, porque não há como determinar uma verdade sustentável no tempo.

Por outro lado, vemos grupos que, em nome da "liberdade de pensamento", tentam impor sua verdade como absoluta, e obrigam os outros a aceitar essa ideia em nome da luta contra o establishment imperante. E o que preocupa desse lado é que se aproveitam do relativismo imperante para, no meio da tormenta e depois de questionar o que criou nossa civilização - o cristianismo - se erguem como os novos donos da verdade.

Agora, quem pode determinar a verdade? Se as ideologias que tentam corroer a nossa sociedade logram, através do caos, criar uma ditadura de pensamento, pois estamos a um passo de viver uma revolução ao estilo da bolchevique na Russia. Onde, uma vez que venceram, aniquilaram de muitas maneiras o estilo de vida tradicional, incluindo a perseguição ferrenha contra o cristianismo.

Se permitimos, por outro lado que, através das Leis, o Estado determine o que é certo e errado,  acabamos sendo guiados como crianças, onde o Estado assume um control parental absoluto sobre a liberdade de pensamento, e qualquer um de nós poderá ser acusado de espalhar mentira, caso se sinta ofendido pela opinião dada em liberdade.

Porque, a pergunta surge mais uma vez, quem determina a verdade? Como saberemos que aquela fake news ou discurso de ódio realmente era isso? Onde os meus direitos para pensar livremente começam? Quem determina o limite? Se a pregação do Evangelho, com a respectiva denuncia ao pecado,é considerado discurso de ódio, onde quedamos?

O relativismo faz mal ao cristianismo, não porque o cristianismo não possa se opor de maneira inteligente, mas porque a liberdade de pensamento e opinião surgiu na Reforma Protestante, e é um dos pilares da sociedade que tem em Jesus seu Senhor. 

Conhecemos àquele que se chama a si mesmo como "a Verdade", e Suas promessas são "nele sim e amém". Desde a Eternidade é conhecido, tudo o que tem dito com relação a eventos futuros se cumpriu no tempo certo, Ele é a Rocha Eterna, nossa segurança e vida. Se trocamos Jesus, ou tentamos adaptar Sua vida, ministério e obra, dentro dos moldes da sociedade de hoje, o cristianismo perde sua essência, porque, se bem não somos "os donos da verdade", seguimos a quem é A Verdade pura e Absoluta, o nosso Senhor. A quem seguimos e obedecemos por amor, e não por imposição, rendidos pela Sua Graça e Amor, persuadindo a outros a segui-lo, porque entendemos que nele está a Vida.

Se apoiamos um movimento que nos limita nossa liberdade, seremos culpados perante o Senhor. 

Qual sociedade queremos? Quem será que mostrará A Verdade a um mundo sedento?

"A quem enviarei, e quem irá por nós" Isaías 6