Chegando o dia de Pentecoste, estavam todos reunidos num só lugar. Atos 2:1
Não sabemos ao todos quantos dias se passaram entre a ascensão de Cristo e este dia, alguns falam de 10 dias, outros de 7, mas o interessante do texto é que, apesar do período de espera, e que todos estavam em oração, eles permaneceram juntos aguardando a Promessa do Pai.
É fácil pensar que a Igreja nasceu unida, que todos eram de um mesmo coração e sentir, mas isso não corresponde com a realidade que lemos nos Evangelhos. Tanto os discípulos como as multidões obedeciam a vários contextos sociais, políticos e religiosos. Vejam alguns exemplos:
- Pescadores, alguns empresários ou empregados (Pedro e os filhos de Zebedeu)
- Empregados Imperiais (Mateus)
- Conspiradores contra o Império (Simão o Zelote)
- Ladrão (Judas Iscariote)
- Cético (Tomé)
- Impetuosos (vide os pescadores)
- Com pretensões e sonhos de grandeza (todos)
- Pessoas de boa posição social (as mulheres que sustentavam Jesus, José de Arimateia)
- Fariseus de primeira linha (Nicodemos, José de Arimateia)
- E cada um deles, com uma ideia do que o Messias deveria fazer.
Verdade que na sua maioria eram galileus, e isso era o único que tinham em comum, porque a Igreja era um reflexo da sociedade.
Antes de se encontrarem com Jesus, as expectativas das pessoas, os desejos, as aspirações, as reivindicações, tudo era individualizado, e cada um encontrou em Jesus algo que o atraia para o Mestre: poderia ser curiosidade, as palavras, os milagres, sua pessoa, a soma de algumas partes ou o todo; mas, na medida em que se aproximaram do Messias, eles foram se despojando das ideias preconcebidas, dos preconceitos, das ideologias, dos achismos, para ver que o centro da vida é Jesus.
As pessoas que vemos em Atos 2 não eram perfeitas, elas eram assim como você e eu. A diferença era Jesus, a centralidade das suas vidas em Jesus, a Supremacia de Cristo nos corações, a certeza de crer não somente nele, mas nas suas palavras e promessas. Para essa Igreja que estava iniciando em Jerusalém, Jesus era o eixo e razão de viver, tudo se resumia nele.
Mais na frente vemos como eles enfrentarão os preconceitos, divisões e mazelas por meio do consenso, das Escrituras e da ação do Espírito nos seus corações. Deixaram de lado as discussões vis e sem sentido para focar no que realmente importa: Cristo.
A Igreja de Jerusalém,composta na sua maioria por galileus que não estavam na sua terra, casa e famílias, aprendeu que eles eram a família, no convívio diário naquela casa aprenderam a importância de lutar por um bem comum. A unidade deles não era a proximidade geográfica, os negócios ou aspectos comuns, era Jesus, e isso era o que importava.
Na oração sacerdotal de Jesus em João 17, o Filho de Deus orou para que a Igreja fosse um reflexo da unidade Trinitária, e isso somente é alcançado quando o próprio Cristo é o centro. Uma leitura em Efésios 4.1-16 pode nos ajudar nisso, além de 1 Coríntios 12; em ambos os textos vemos que a nossa unidade está em Cristo, e os dons repartidos generosamente nos ajudam a criar essa liga tão importante na nossa diversidade.
A Igreja não é um lugar para "pares", ela é ímpar, diversa, preciosa, onde a individualidade é colocada sob o senhorio de Cristo para abençoar aos outros, aos irmãos e irmãs, que juntos louvamos e adoramos o Cordeiro de Deus, servimos aos outros com compaixão e graça, mostrando o amor de Deus e proclamando o Evangelho de Cristo.
Precisamos da Unidade, a unidade que nasce do entendimento de quem é o Filho de Deus, do Evangelho e da Graça Divina, agindo no Poder do Espírito Santo.
Porque uma Igreja que age no Poder do Espírito é uma Igreja unida e vice-versa.
Sejamos uma Igreja unida, o mundo crerá ao ver Cristo em nós.
Que Deus abençoe sua vida
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