Os Ídolos Vivos no Palácio #pandemia #coronavírus #idolatria

No dia marcado, Herodes, vestindo seus trajes reais, sentou-se em seu trono e fez um discurso ao povo. Eles começaram a gritar: "É voz de deus, e não de homem". Visto que Herodes não glorificou a Deus, imediatamente um anjo do Senhor o feriu; e ele morreu comido por vermes. Entretanto, a palavra de Deus continuava a crescer e a espalhar-se. Atos 12:21-24
Herodes Agripa I é o exemplo do que acontece quando um governante assume o papel de deus e se transforma num ídolo vivo no Palácio. Eles não querem nada mais do que a bajulação do povo, e se esquecem de que são seres humanos, meros mortais num mundo onde o Eterno governa e reina para sempre.

Hoje quero mostrar dois desafios que Herodes fez ao Senhor Deus, a resposta do Senhor em ambos os casos, e as reações do Monarca; finalizando com a atitude da Igreja nessas circunstâncias. Porque a Igreja não está isenta das loucuras dos ídolos vivos no palácio.

Desafio I: Não aceitar outros deuses, nem sequer o Deus Eterno

Lucas inicia o capítulo 12 com a perseguição que o rei Herodes Agripa I fez contra a Igreja, ressaltando a morte do primeiro apóstolo, Tiago, e a prisão de Pedro, o principal pregador da época (12.1-4).

Ele queria ganhar o favor do povo, e para isso não sente dor nem piedade contra a Igreja de Cristo, visto que era rejeitada pelos líderes religiosos da época. Além de pregar o Evangelho, fazendo que os corações das pessoas se voltem para a esperança eterna de Deus nosso Senhor.

Um ídolo vivo no palácio não aceita que outro Deus ocupe seu lugar, e persegue os profetas que proclamam o Evangelho de Cristo. Para eles, todo poder deve estar sob os seus domínios, e todo deus deve se prostrar perante ele.

Resposta do Eterno: Deus é o Senhor da história

A libertação de Pedro é um golpe contra as aspirações de Herodes, porque o seu sonho era fazer com o apóstolo o que Pilatos fez com Jesus: apresentá-lo à multidão na Páscoa. Porém, os seus planos foram frustrados porque a Igreja entendeu seu papel e foi direcionada pelo Senhor a agir com sabedoria.

A Igreja não se enfrentou ao governo, ela orou ao Senhor porque quem peleja é o Deus da Igreja. A Igreja não entrou no jogo político, ela usou as armas espirituais contra as trevas que queriam se impor nessa hora. E, pela oração incessante da Igreja, Pedro foi solto milagrosamente (vv. 5-17).

A Igreja não fez campanha de divulgação pela injustiça cometida contra Pedro, ela não procurou os poderosos que a apoiavam para falar ao rei ímpio por misericórdia. Ela clamou ao Senhor da Glória, sua esperança estava no Eterno, no Salvador, aquele que liberta o pobre da opressão dos poderosos. 

Um ídolo não se combate se prostrando perante ele. Um ídolo é vencido no Poder de Cristo.

Reação do ídolo: Ira desmedida

O rei Herodes Agripa I agiu matando os inocentes soldados que custodiavam Pedro(vv 19). O Monarca foi zombado pelo Senhor (Salmo 2), e não se humilhou dando glória ao Senhor, seguindo o caminho de Beltsasar (Daniel 5), não reconhecendo quem era o Rei da Glória.

Na sua ira, Herodes não se importou em assassinar inocentes, assim como seu ancestral Herodes o Grande, fez quando os Magos não lhe indicaram onde morava Jesus. Um ídolo vivo no palácio não se importa pela vida dos outros, ele se importa com que as pessoas vejam que ele está no comando.

Desafio II: Receber glória como deus

Aqui entramos no texto em questão. O povo de Tiro e Sidom pediram uma audiência porque dependiam de Herodes para seu sustento, para chegar até o rei tiveram até que subornar um funcionário real, porque o rei não queria atendê-los (v 20).

E no dia da audiência, ele se vestiu das suas vestes reais, e falando ao povo, todos o louvaram.

"É voz de deus, e não de homem"

Foi seu ápice, alcançou o que queria: a glória dos homens e se entronizar como deus. 

A maneira como agiu contra os soldados perante a libertação de Pedro demonstrou que era de temer e que não aceitava deserções. O clamor dos moradores de Tiro e Sidom mostrou ao povo que era ele quem tinha o poder de providenciar o que todos precisavam. Ele era digno de ser temido, louvado e adorado, porque era o Sustentador de todos, o Juiz, a voz de Deus.

Um ídolo vivo no palácio se senta como deus, e age como tal, visando o louvor do povo.

Duas pessoas são lembradas aqui: uma que esteve séculos antes de Herodes Agripa I, e outro que ainda não chegou.
"Filho do homem, diga ao governante de Tiro: ‘Assim diz o Soberano Senhor: " ‘No orgulho do seu coração você diz: "Sou um deus; sento-me no trono de um deus no coração dos mares". Mas você é um homem, e não um deus, embora se ache tão sábio quanto um deus. Ezequiel 28:2
Adoraram o dragão, que tinha dado autoridade à besta, e também adoraram a besta, dizendo: "Quem é como a besta? Quem pode guerrear contra ela? " À besta foi dada uma boca para falar palavras arrogantes e blasfemas, e lhe foi dada autoridade para agir durante quarenta e dois meses. Ela abriu a boca para blasfemar contra Deus e amaldiçoar o seu nome e o seu tabernáculo, os que habitam no céu. Foi-lhe dado poder para guerrear contra os santos e vencê-los. Foi-lhe dada autoridade sobre toda tribo, povo, língua e nação. Todos os habitantes da terra adorarão a besta, a saber, todos aqueles que não tiveram seus nomes escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a criação do mundo. Apocalipse 13:4-8
Quem quiser usar o governo para ser deus, está colmando a medida do rei de Tiro, de Nabucodonosor, de Beltsasar e de Herodes Agripa I. Assim como se junta na lista dos "anticristos", porque prefigura o iníquo, o homem de pecado.

Resposta do Eterno: Ao Senhor teu Deus adorarás, e somente a Ele prestarás culto

A morte de Herodes Agripa I foi rápida, e ao mesmo tempo nojenta: comidos por vermes (v 23).

Um ídolo vivo no palácio está condenado a cair de uma maneira triste e patética, manchando seu "legado", porque de Deus ninguém zomba.

Vejamos os outros exemplos.
" ‘Por isso, assim diz o Soberano Senhor: " ‘Porque você pensa que é sábio, tão sábio quanto um deus, trarei estrangeiros contra você, das mais impiedosas nações; eles empunharão suas espadas contra a sua beleza e a sua sabedoria e traspassarão o seu esplendor fulgurante. Eles o farão descer à cova, e você terá morte violenta no coração dos mares. Será que então você dirá: "Eu sou um deus" na presença daqueles que o matarem? Você será tão-somente um homem, e não um deus, nas mãos daqueles que o abaterem. Você terá a morte dos incircuncisos nas mãos de estrangeiros. Eu falei; palavra do Soberano Senhor’ ". Ezequiel 28:6-10
Então vi a besta, os reis da terra e os seus exércitos reunidos para guerrearem contra aquele que está montado no cavalo e contra o seu exército. Mas a besta foi presa, e com ela o falso profeta que havia realizado os sinais miraculosos em nome dela, com os quais ele havia enganado os que receberam a marca da besta e adoraram a imagem dela. Os dois foram lançados vivos no lago de fogo que arde com enxofre. Apocalipse 19:19,20
Quem se levantar contra o Senhor cairá. O nome do Senhor será glorificado na queda do ídolo.

Reação do ídolo: Nenhuma

O ídolo caído não se levantará mais. Se transformará em pó perante a ira do Senhor.

Epílogo: e a Igreja?

O maravilhoso deste texto é como conclui.
Entretanto, a palavra de Deus continuava a crescer e a espalhar-se. Tendo terminado sua missão, Barnabé e Saulo voltaram de Jerusalém, levando consigo João, também chamado Marcos. Atos 12:24,25
A Igreja não se importou em absoluto pelas situações do Palácio, ela se manteve fiel na sua missão de pregar o Evangelho em todo lugar, e o crescimento numérico pelas conversões. Além de termos a introdução da primeira viagem missionária de Paulo e Barnabé.

Quer dizer, a Igreja não deu palpite, não fez um comunicado, não deu sua opinião como Instituição sobre o acontecido no Palácio. Ela deixou tudo nas mãos do Senhor e não ficaram parados ou estarrecidos, observando a queda do ídolo, eles focaram em Deus e na missão.

A Igreja deve focar sempre na adoração e na missão, na expansão do Reino de Deus no mundo, na pregação do Evangelho, o discípulado, a plantação de Igrejas, a prática do amor e das boas obras. Mais do que isso é entrar num terreno perigoso, onde poderemos comprometer a nossa fé por projetos políticos que abafam a voz profética da Igreja.

A voz do Senhor ainda ressoa.
Por isso, meus amados irmãos, fujam da idolatria. Estou falando a pessoas sensatas; julguem vocês mesmos o que estou dizendo. Não é verdade que o cálice da bênção que abençoamos é uma participação no sangue de Cristo, e que o pão que partimos é uma participação no corpo de Cristo? Por haver um único pão, nós, que somos muitos, somos um só corpo, pois todos participamos de um único pão. 1 Coríntios 10:14-17
Fujamos da idolatria, incluindo a idolatria ao Estado ou aos governantes.
Que Deus nos abençoe

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