As 5 lições de Gideão sobre a idolatria #pandemia #coronavírus #idolatria

Gideão transitou uma trilha que muitos de nós podemos estar usando nesta hora, e fazemos bem se aprendemos das lições que ele nos dá, para não termos o mesmo final do que ele.

Uma pequena fé precisa crescer

Então o anjo do SENHOR veio e sentou-se sob o carvalho que estava em Ofra, que pertencia ao abiezrita Joás; seu filho Gideão estava malhando trigo no tanque de espremer uvas, para escondê-lo dos midianitas. Então o anjo do SENHOR apareceu a Gideão e disse: O SENHOR está contigo, homem valente. Juízes 6.11,12
Podemos criticar a Gideão por malhar o trigo no tanque de espremer uvas, mas você e eu teríamos a coragem de sair de casa para fazer isso? Pode ser que Gideão não era tão valente, mas ele teve uma raiz de valor. E o anjo lhe mostra que essa confiança de Gideão, mesmo pequena, era um sinal de que Deus estava com ele.

Gideão era o homem de Deus para uma hora como as que estavam vivendo, alguém que sabe como fazer suas labores com segurança e fé no meio das dificuldades. No caso dele, eram os midianitas que assediavam a cidade, qual é no seu caso, as circunstâncias que pedem uma ação prudente, porém cheia de fé?

Cuidado com o pedido de sinais

Gideão, apesar do seu valor, teve sempre dificuldades em aceitar a Palavra do Senhor. E pediu, pelo menos quatro vezes, um sinal divino para confirmar que o que ouvia era certo.

Por exemplo, vejamos a primeira.
E Gideão continuou: Se tenho achado favor aos teus olhos, dá-me um sinal de que és tu que falas comigo. Peço-te que não saias daqui até que eu volte trazendo minha oferta e a ponha diante de ti. E ele disse: Esperarei até que voltes. Então Gideão entrou e preparou um cabrito e fez bolos sem fermento com um efa de farinha. Pôs a carne num cesto e o caldo numa panela, trouxe tudo para fora e ofereceu-lhe debaixo do carvalho. Mas o anjo de Deus lhe disse: Pega a carne e os bolos sem fermento, coloca-os sobre esta rocha e derrama o caldo por cima deles. E assim ele fez. E o anjo do SENHOR estendeu o cajado que tinha na mão e com a ponta tocou a carne e os bolos sem fermento. Então subiu fogo da rocha e consumiu a carne e os bolos sem fermento. Em seguida, o anjo do SENHOR desapareceu. Quando Gideão viu que era o anjo do SENHOR, disse: Ai de mim, SENHOR Deus! Eu vi o anjo do SENHOR face a face. "Porém o SENHOR lhe disse: Paz seja contigo! Não temas; não morrerás." Então Gideão edificou ali um altar ao SENHOR e o chamou O SENHOR é Paz. Até hoje o altar está em Ofra dos abiezritas. Juízes 6.17-24

Gideão ouviu do anjo de que ele seria o libertador de Israel (v. 14-16), e isso trouxe nele a dúvida que nasce de uma incredulidade saudável: a incredulidade de saber que era indigno de cumprir semelhante tarefa. Porém, Gideão não tem um salto de fé como os outros Juízes, ou como Isaías ou Maria para citar alguns exemplos, ele pede um sinal.

Alguns acham que não tem problema em pedir um sinal, mas isso nos mostra uma fé imperfeita que não consegue colocar toda sua confiança no Senhor.

Crer em Deus é algo que damos por sentado, principalmente dentro da casa do Senhor, na Sua Igreja amada. Nossa vida depende disso, a nossa fé e esperança são inamovíveis. Mas o que acontece com o que diz que Ele pode fazer? O que acontece se a nossa fé é desafiada a sair do conforto e andar nas águas turbulentas do desconhecido? O que podemos fazer quando o Senhor nos pede algo que vá contra a minha ideia ou conceito do que deve ser feito? Somos capazes de crer no que Deus diz, ou começamos a pedir sinais?

Vença o ídolo sem vacilar

Deus não aguardou muito para fazer seu primeiro pedido a Gideão
Naquela mesma noite, o SENHOR disse a Gideão: Toma o segundo novilho de teu pai, o de sete anos, e derruba o altar de Baal, que é de teu pai, e corta o poste de Aserá que está ao lado do altar. Depois disso, edifica um altar ao SENHOR, teu Deus, no cume desta elevação, da forma apropriada. Toma o segundo boi e oferece-o em holocausto, com a lenha do poste de Aserá que tiveres cortado. Então Gideão chamou dez dos seus servos e fez como o SENHOR lhe havia ordenado. Mas não o fez de dia, e sim de noite, pois temia a casa de seu pai e os homens daquela cidade. Juízes 6.25-27
Como Gideão poderia servir a Deus com fidelidade enquanto na casa onde morava haviam ídolos? Deus pede que Gideão derrubasse o altar de Baal, e ofereça sacrifícios a Deus da forma apropriada, quer dizer, segundo as Escrituras.

Gideão o fez, embora a noite porque teve medo. Medo das opiniões da família, medo das opiniões das pessoas ao redor da cidade, medo de ser o responsável por querer levantar o Nome do Senhor.

Podemos até aplaudir a Gideão pela coragem, mas vemos que a dúvida e o vacilo ainda estão no seu coração. Gideão parece aquele aluno que sempre está conseguindo a média para passar de ano, não fica para trás, mas não consegue progredir. Ele faz o que Deus lhe pede, mas o coração ainda não é totalmente fiel.

A dúvida é como a gangrena, ela vá comendo a fé, roendo ao redor e restando vida até ser tarde demais se não fazer o necessário rapidamente. Obedecemos a Deus com dúvida? O que nos impede ter uma fé firme no Senhor? Por que a nossa obediência não é perfeita? Temos medo das opiniões das pessoas antes do Senhor?

O próprio pai defende Gideão da turba (vv 28-32), o que mostra como Deus pode nos dar livramento usando os próprios ímpios se for necessário. Lembre, a nossa falta de fé não impede o agir de Deus, mas nossa vida não será edificada nem transformada pelo Seu Poder.

Uma raiz de dúvida germina ídolos no coração

Gideão pede mais duas sinais para saber se realmente Deus o tinha chamado a vencer os midianitas, mesmo quando o Espirito de Deus já estava sobre ele (vv 33-40). O mesmo Deus, depois, peneira o povo, porque sabe que o coração de todo o povo, e não somente o de Gideão, não era reto para com Ele (7.1-8). Nessa noite, o Senhor lhe dá mais uma evidência ao seu servo de que teria vitória (vv 9-15).

O que vem a seguir é algo que mostra uma fé que está, aparentemente, firme, e ao mesmo tempo vemos uma raiz de arrogância nunca vista no Juiz.
Então dividiu os trezentos homens em três companhias, pôs trombetas e jarros com tochas acesas nas mãos de cada um deles e lhes disse: Olhai para mim e fazei como eu fizer. Assim que eu chegar à extremidade do acampamento, fazei o que eu fizer. Quando eu e todos os que estiverem comigo tocarmos a trombeta, tocai também as trombetas ao redor de todo o acampamento e gritai: Pelo SENHOR e por Gideão! Juízes 7.16-18
Por que Gideão lhe pede ao povo que faça isso por ele? No mínimo é estranho, porque a glória devia ser dada somente a Deus. Parece que a fé de Gideão o tornou arrogante ao invés de humilde.

A estratégia de Gideão dá certo, o exército dos midianitas se aniquila entre eles (vv 19-25). Acalma a ira dos homens de Efraim (8.1-3) e se vinga das cidades que não lhes brindaram ajuda enquanto perseguiam aos reis de Midiã (vv 4-21).

De repente o Gideão passou de ser uma pessoa medrosa a alguém com a força de matar seus próprios conterrâneos, o que levou a Gideão a essa mudança? Foi a fé no Senhor? Eu não vejo isso, pelo contrário, vejo uma coragem que surge do desejo de aparecer, de ver o momento de Deus na sua vida para se mostrar como o cara ao invés de refletir a Glória de Deus. Gideão perde o momento de dar Glória a Deus para buscar a glória para si.

Por que? Porque seu coração nunca foi firme e reto para com Deus. Nessa hora, um novo deus surgia no coração de Gideão. Isso pode acontecer conosco, nas vitórias de Deus podemos cultuar ou criar novos deuses por causa da nossa arrogância, porque a nossa obediência a Deus nunca foi firme.

O nosso coração está nos enganando nos momentos de vitórias? Damos ao Senhor toda a Glória, ou também dizemos "pelo SENHOR e por Gideão" colocando aí o nosso nome?

 A idolatria consumada

A Gideão lhe é oferecido o reinado, mas ele lhes declara que o rei seguirá sendo o Senhor (vv 22-23).

Porém, ele faz um pedido que lembra muito o que fez Arão no deserto.
Gideão também lhes disse: Quero fazer-vos um pedido. Que cada um me dê uma argola do despojo (porque os inimigos usavam argolas de ouro, pois eram ismaelitas). E eles responderam: Nós as daremos de boa vontade. Então estenderam uma capa onde cada um deles jogou uma argola do seu despojo. O peso total das argolas foi de mil e setecentos siclos de ouro, além dos adornos, dos pendentes e das vestes de púrpura dos reis midianitas e dos colares que os camelos tinham no pescoço. Gideão fez com esse ouro um colete sacerdotal e o pôs na sua cidade, em Ofra. E todo o povo de Israel se prostituiu ali com ele, tornando-se uma armadilha para Gideão e para sua casa. Juízes 8.24-27

Nesta hora rasgamos as nossas vestes e perguntamos o por quê Gideão fez semelhante loucura. Mas não deve nos estranhar se olhamos como ele se comportou perante o Senhor e nos esquecemos por um momento da ação da malhação do trigo.

  • Três sinais pedidos a Deus ao longo da sua jornada, o que demonstra um coração que não tinha firmeza nas palavras do Senhor.
  • O medo dos homens, começando pela destruição do ídolo da casa do seu pai. Não teve a coragem de se enfrentar ao povo no Poder do Senhor.
  • Seus problemas de autoafirmação, quando pede ao povo que pelejem por ele também, querendo ser parte da Glória que corresponde somente a Deus.
  • Seu desejo desmedido de vingança, destruindo cidades irmãs por causa da amargura do coração.
  • A falsa humildade de não querer reinar, mas criando um novo altar onde adorar a Deus, justo na sua cidade.
Gideão acaba com Baal, mas cria outro ídolo, um ídolo que tem o nome do Senhor. O que acaba sendo até pior. O seu fim é lamentável, porque tinha tudo para ser perfeito. Se o nosso coração não é reto perante o Senhor, Ele vai nos usar, mas nós não seremos transformados pelo Senhor.

A arrogância está batendo a nossa porta? Estamos adorando outros ídolos colocando o nome de Deus neles, justificando sua presença nas nossas vidas?

As lições de Gideão

Gideão nos dá cinco lições sobre a idolatria:
  • A nossa fé precisa crescer: a fé deve ser fortalecida na oração, na leitura das Escrituras, e no compartilhar o ensino com outros, junto com a adoração comunitária na Igreja. Não fique com as glória do passado, se as misericórdias do Senhor se renovam cada manhã, também a manifestação da Sua Graça.
  • Cuidado com os sinais: se a fé deve crescer, não podemos viver pelos sinais e confirmações, devemos aprender a acreditar naquilo que Deus nos diz sem vacilar. A fé precisa ser exercitada na vida, ver as oportunidades que o Senhor nos coloca para agir, e não duvidar. Não devemos temer ao homem.
  • Vença ao ídolo no coração: podemos ter saído da idolatria visível, mas ainda podemos guardar ídolos no coração. O nosso coração é enganoso e tentará justificar o ídolo de muitas maneiras, o que trará vacilo a nossa fé e medo de agir na direção que Deus nos quer dar. O arrependimento aqui é necessário para voltar ao Senhor com retidão.
  • Uma raiz de dúvida gemina ídolos no coração: se não vencemos completamente a idolatria, ela permanecerá no coração, e mais cedo do que tarde aparecerá. Mas será muito sutil: a arrogância surgirá no coração, buscaremos que a glória de Deus também seja nossa, e o desejo de autoafirmação surge. O novo ídolo não é outro senão o meu próprio eu, incapaz de se render perante o Senhor, e de dar toda Glória ao Seu Nome.
  • A idolatria consumada: nesse estado de vida, mais cedo ou tarde surge o ídolo, e comumente será nos tempos de vitória, porque é quando resistimos de dar ao Senhor Seu louvor devido. Assim nos afastamos do Senhor, porque o nosso coração nunca foi reto.
Busquemos ao Senhor, e permitamos que Ele sonde o nosso coração, Ele é Fiel e Bondoso para nos perdoar e restaurar. Precisamos que o nosso coração seja reto e firme, para isso precisamos depender do Espírito e não do nosso entendimento ou prudência, porque Ele vê desde a perspectiva da eternidade e nós não.

Fujamos da idolatria!

Comentarios

Unknown dijo…
Ótima reflexão para nossas vidas!