A idolatria, o ego e a política, Juízes 18 #pandemia #coronavírus #idolatria

 Quando os homens entraram na casa de Mica e apanharam a imagem, o manto sacerdotal, os ídolos da família e o ídolo de metal, o sacerdote lhes perguntou: "Que é que vocês estão fazendo? " Eles lhe responderam: "Silêncio! Não diga nada. Venha conosco, e seja nosso pai e sacerdote. Não será melhor para você servir como sacerdote uma tribo e um clã de Israel do que apenas a família de um só homem? " Então o sacerdote se alegrou, apanhou o manto sacerdotal, os ídolos da família e a imagem esculpida e se juntou à tropa. Pondo os seus filhos, os seus animais e os seus bens na frente deles, partiram de volta. Juízes 18:18-21
Um levita servia como sacerdote do culto idólatra de Mica, e ambos estavam felizes pensando que estavam prestando culto ao Senhor através de um ídolo feito por mãos humanas. Mas, essa felicidade para Mica duraria pouco, porque uma tribo completa, a de Dã, entraria para interromper seu culto doméstico, fazendo ao levita uma proposta irrecusável.
Não será melhor para você servir como sacerdote uma tribo e um clã de Israel do que apenas a família de um só homem? 
O poder de ser o líder religioso de uma tribo, ir além das suas funções de serviço para ser o sacerdote tribal; além de ter o seu próprio culto, porque o ídolo estava em franca oposição ao tabernáculo em Siló e à Lei de Moisés.

Além que, sabendo que este levita era neto de Moisés (v. 30), poderia ser visto como uma maneira de reivindicar a liderança espiritual dessa família, rivalizando com seus primos do sacerdócio de Arão, estabelecidos pelo mandato do Senhor pelo próprio Moisés!

Por isso, vejamos alguns aspectos sobre a idolatria, o ego e a política neste texto.

A idolatria e o orgulho andam de mãos dadas

O Jônatas (o nome do levita) foi ordenado sacerdote por Mica (17.12), e ele aceitou com alegria porque a paga era boa, e teria algo maior do que poderia ter sido pelo sacerdócio levítico estabelecido pelo seu avô Moisés: porque somente os filhos de Arão eram sacerdotes.

Agora, recebendo a proposta dos filhos de Dã, ele seria algo que jamais poderia ter sido: sacerdote de uma tribo. E com um novo sacerdócio vem novos rituais, uma nova maneira de cultuar, uma renovação da fé.

Porque, lembremos, tudo era para cultuar ao Senhor e não a outro deus.

Quem adora ídolos não o faz para honrar a Deus de acordo com os termos estabelecidos nas Escrituras, mas de acordo ao seu próprio coração. Um ídolo é a manifestação do desejo antigo de querer ser deuses, sabendo o bem e o mal. Quem adora ídolos, acaba adorando a si mesmo, porque ele é quem estabelece a quem vá adorar e como o fará de acordo com os desígnios do seu coração.

Jônatas foi levado pelo orgulho e a cobiça. A idolatria mostrou a podridão que havia no seu coração.

Estabelecer uma idolatria oficial é uma armadilha satânica

A proposta dada ao Jônatas era difícil de recusar. Ser sacerdote de uma tribo e clã era muito maior do que ser um sacerdote de um lar. A paga é maior, a influência é maior, a fama e os privilégios nem se fala! E ele poderá estabelecer os rituais, as cerimônias, as festas, tudo, porque ele é a máxima autoridade religiosa da tribo. Para os danitas, ter um ídolo para chamar de seu era maravilhoso, porque se esqueciam de viajar até Siló para cultuar ao Senhor, tendo já um lugar próprio de adoração, feito de acordo com seus interesses e comodismo. 

Acima de tudo, o ídolo era o "deus" da tribo de maneira oficial.

Há uma grande armadilha quando se adota um ídolo como deus tribal, porque todos são obrigados a seguir a voz do ídolo e do sacerdote oficial, que fala seguindo as instruções do deus, além de entronizar o governante. Porque acaba se tornando numa teocracia satânica, que nos faz lembrar Apocalipse 13, onde o dragão unge a besta e o falso profeta para governar o mundo.

Porque, detrás de todo ídolo, seja ele feito por mãos humanas, ou sendo um homem mesmo, está Satanás.

Ele é uma armadilha para todos.
  • O líder religioso deve satisfazer os requerimentos do líder político e vice-versa, eles se retroalimentam numa simbiose destrutiva.
  • Ambos servem ao mesmo deus, e o ídolo acaba sendo a liga nessa amalgama entre os poderes.
  • O ídolo serve a ambos os líderes, o deus deles é o servo perfeito para a consecução dos seus planos.

Idolatria, ego e política, um castelo de areia

Construir um sistema religioso sobre o palanque política faz com que o deus adorado não seja soberano nem senhor. Ele é um objeto de dominação e não um ser digno de louvor.
Ficaram com o ídolo feito por Mica durante todo o tempo em que o santuário de Deus esteve em Siló. Juízes 18:31
O fim da idolatria em Dã foi quando o tabernáculo mudou-se para Jerusalém durante o período de Davi, ou também pode se entender (dependendo da data em que foi escrito o livro de Juízes) de que ambos estiveram juntos sempre.

Seja como for, a tribo de Dã e Jônatas criaram um aliança fundamentada num ídolo, o que era o resultado da independência da Lei de Deus através da rebeldia de uma tribo que não quis ocupar seu lugar na terra de Canaã, e de um levita que almejava ser sacerdote quando não podia.

Um ídolo serve para alcançar status e poder, ele serve para os fins egoístas do ser humano. Ele não é digno de louvor.

Mais cedo ou tarde, o juízo de Deus virá sobre o idólatra, e sobre os que usaram o nome de Deus para alcançar poder e privilégios, seja no poder político ou religioso, e com eles seus seguidores. Por isso, se agirmos pensando que alguém merece ser seguido porque usa o nome de Deus, embora suas palavras e ações são contrárias ao que estabelece a Lei do Senhor, essa pessoa não deve ser seguida.
Usar o nome de Deus em vão é blasfêmia, e não podemos abraçar ou seguir o blasfemo.

Depende de nós se preservamos o culto ao Senhor sem ídolos no coração. Guardemos o nosso coração de criar ídolos, e ao mesmo tempo preservar a separação Igreja - Estado, legado dos apóstolos e do próprio Senhor Jesus.

Que Deus abençoe você sempre

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