Olhai para o Senhor! #quarentena #pandemia #coronavirus #devocional

Elias se aproximou de todo o povo e disse: Até quando titubiareis entre dois pensamentos? Se o SENHOR é Deus, segui-o; mas se Baal é Deus, segui-o. O povo, porém, não lhe respondeu nada. 1 Reis 18.21
Esta pandemia está mexendo com todos nós, os ídolos vão caindo e a realidade da nossa vida espiritual aparece para nos envergonhar.

Tanto tempo gasto em discussões tolas sobre esporte, política, economia, carros, emprego, e hoje vemos que é nada se comparado com o valor que damos à vida. Esperanças colocadas na Bolsa, no aumento do PIB e no fim da desigualdade, porém todos, sem importar se é rico ou pobre, homem ou mulher, cor de pele ou qualquer outra divisão, estamos vulneráveis perante o pequeno vírus que veio para nos lembrar que nem sempre o pior inimigo é visível ou pode se combater pelas armas ou estratégias humanas.

Esta é a hora de esquecermos dos ídolos, e de buscar a Deus.

Num tempo de uma seca terrível, o profeta Elias convocou ao povo de Israel ao Monte Carmelo, e lhes desafio a tomarem uma decisão: ou Baal ou o Senhor.

A manifestação do poder do Senhor, enviando fogo do céu e consumindo a oferta e a água, nos ensinam várias coisas sobre a quebra de ídolos.

Deus nos chama à fidelidade absoluta

Gostamos do texto de 2 Timóteo que fala que, mesmo que sejamos infiéis, Deus permanece fiel, porque não pode negar-se a si mesmo (2.13). Mas, a fidelidade de Deus deve ser recíproca, o texto de Paulo não fala que devemos viver na infidelidade permanente, porque isso demonstra que ainda estamos presos ao pecado (Romanos 6).

Elias clama ao povo por uma decisão radical, escolher entre dois deuses, e praticar a fidelidade na sua decisão.

Se Baal aceitava compartilhar seu culto com outros deuses, o Senhor Deus não. 

O Trono de Deus é Sublime, Santo e Único, Ele não compartilha o Trono com nada ou ninguém.

Qualquer coisa ou pessoa que faz a sua vida ocupar a maior parte dos seus pensamentos e ações é o seu ídolo. Ela pode ter vários nomes: governo ou oposição, economia, emprego, saúde, segurança, família. Gastar tempo nos preocupando por essas coisas vão fazer que percamos as esperanças, nos frustramos a cada hora, e nos amarguramos quando não somos correspondidos na relação expectativa vs. realidade.

Se as pessoas quiserem viver num pêndulo espiritual, indo de um lado para outro na sua busca pela espiritualidade, pois estão enganados. Deus pede fidelidade absoluta. O ídolo rouba a Glória de Deus, e torna o Senhor da Glória, o Criador, um servo do nosso verdadeiro deus, porque o Altíssimo deve fazer de tudo para satisfazer as necessidades e caprichos do meu deus.

Por isso Deus odeia a idolatria. 

Restaure sua vida devocional

Então Elias disse a todo o povo: Chegai-vos a mim. E todo o povo se chegou a ele. E Elias reparou o altar do SENHOR, que havia sido derrubado. "Ele pegou doze pedras, conforme o número das tribos dos filhos de Jacó, ao qual viera a palavra do SENHOR, dizendo: Israel será o teu nome; e com as pedras edificou o altar em nome do SENHOR. 1 Reis 18.30, 31
O remédio contra a idolatria não é outro senão o arrependimento.

Mas a idolatria é algo que está firmemente arraigado na nossa alma. Nascemos com o desejo de adorar, e quando Cristo não é o Senhor da nossa vida, criamos e cultuamos nossos ídolos.

O remédio para a idolatria se inicia com a restauração da adoração ao Senhor, e no Antigo Testamento o altar era o lugar de adoração por excelência. Adorar não é cantar (embora faça parte), a adoração vá além, é entrega, devoção e consagração. Adoramos o que consideramos essencial para nossa existência, louvamos aquele que é maior do que nós e rendemos honra àquele que consideramos digno.

A restauração da adoração inicia-se com voltar às origens da nossa fé, a centralidade em Cristo e a realidade das Escrituras como a Revelação de Deus para nós.

Coloque Deus como a Fonte do seu sustento

Depois, fez em redor do altar uma cova, onde se podia semear duas medidas de semente. Então, armou a lenha, dividiu o novilho em pedaços, colocou-o sobre a lenha e disse: Enchei de água quatro cântaros e derramai-a sobre o sacrifício e sobre a lenha. Disse ainda: Fazei-o segunda vez; e eles fizeram segunda vez. De novo disse: Fazei-o terceira vez; e eles fizeram terceira vez. De maneira que a água corria ao redor do altar; e ele encheu de água também a cova. 1 Reis 18.32-35
Elias fez algo que parece impensável, para que molhar uma oferta que será queimada? Eu vejo duas respostas a isso. 

A primeira, e óbvia ao meu ver, era mostrar que o que Deus pede muitas vezes foge da lógica. Molhar o que será queimado é absurdo, mas o Senhor é o Deus do Impossível, e se Ele pode tirar água da rocha, porque não consumir no fogo uma oferta molhada?

O outro aspecto era colocar Deus como o sustento de todas as coisas. A seca era muito grande, e a água se transformou num bem precioso. Gastar tanta água parecia um desperdiço, mas o povo obedeceu, quem sabe numa fé que estava começando a ressurgir por causa da decepção prévia dos profetas de Baal.

O fim da idolatria não nasce somente com o altar restaurado, podemos buscar a Deus mantendo os ídolos no nosso coração, e isso para Deus é hipocrisia. Por isso o Senhor nos permite ver a vaidade da idolatria, e ao mesmo tempo nos pede que coloquemos aquilo que achamos de mais precioso, o nosso ídolo.

Para Israel, além de Baal, a água era a fonte da vida, o ídolo, era o que mais procuravam. E Deus pediu que derramassem esse vital líquido na oferta. Estamos dispostos a entregar nosso ídolo no altar do Senhor? Estamos dispostos a render nossa vida a Ele?

Acabe com o ídolo

Quando chegou a hora do sacrifício da tarde, o profeta Elias se aproximou e clamou: Ó SENHOR, Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, seja manifestado hoje que tu és Deus em Israel, e que eu sou teu servo, e que tenho feito todas essas coisas conforme a tua palavra. Responde-me, ó SENHOR, responde-me para que este povo reconheça que tu, ó SENHOR, és Deus e que fizeste voltar o seu coração para ti. Então, caiu fogo do SENHOR e consumiu o sacrifício, a lenha, as pedras e a terra, e ainda secou a água que estava na cova. Quando o povo viu isso, todos se prostraram com o rosto em terra e disseram: O SENHOR é Deus! O SENHOR é Deus! E Elias disse-lhes: Agarrai os profetas de Baal! Que nenhum deles escape. Eles os agarraram, e Elias os fez descer ao ribeiro de Quisom, onde os matou. 1 Reis 18.36-40
Comumente lemos até o fogo descendo do céu e a reação do povo se prostrando perante o Senhor.

Mas, veja que para Elias isso não era suficiente, era necessário acabar com a fonte da idolatria, por isso matou os sacerdotes. Sei que essa parte é chocante, mas nos ensina até que ponto devemos mostrar nossa fidelidade a Deus. Hoje não temos que andar matando ninguém para cultuar a Deus, mas devemos acabar com a nossa idolatria.

É duro acabar com o ídolo, o tempo e recursos investidos devem ser visto com vergonha e dor, mas isso faz parte da cura. Não tenha piedade e misericórdia, o ídolo deve ser destruído: o Senhor consumiu a água, e o povo sacrificou os profetas. A fidelidade a Deus é testada nessa hora, é a hora da decisão!

Olhe para Deus

"Olhai para mim e sereis salvos, vós, todos os confins da terra; porque eu sou Deus, e não há outro." Isaías 45.22
O texto de Isaías, escrito muitos anos depois de Elias, parece o resumo perfeito da história. Deus chama seu povo para se render a Ele, para voltar à comunhão e a restaurar nossa devoção como um todo.

Deus não se conforma com as migalhas, Ele pede o todo porque Ele é o Senhor.

Olhe para Deus, acabemos com os ídolos do nosso coração: podem ser outros deuses, ou imagens de Deus, ambas Ele abomina; nossa idolatria podem ser os nossos vícios e desejos, posicionamentos e filosofias políticas/econômicas/sociais, pessoas, objetos, animais, a nossa própria vida, a felicidade e o prazer, e a lista se torna interminável porque infinitas são as possibilidades de tornar qualquer coisa como um deus.

Mas, quando olhamos para Deus, sabemos que um ídolo é nada, e que cultuar ídolos é cultuar demônios (1 Coríntios 10.19-22), por isso a nossa decisão de acabar com eles deve ser algo natural e espontâneo, produto do nosso amor pelo Senhor.

E se alguém tiver alguma dúvida, olhe para o texto de Hebreus.
Portanto, também nós, rodeados de tão grande nuvem de testemunhas, depois de eliminar tudo que nos impede de prosseguir e o pecado que nos assedia, corramos com perseverança a corrida que nos está proposta, fixando os olhos em Jesus, o Autor e Consumador da nossa fé, o qual, por causa da* alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da vergonha que sofreu, e está assentado à direita do trono de Deus. Hebreus 12.1, 2
Acabemos com os nossos ídolos, é tempo de buscar a Deus!

Que Deus te abençoe
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"Olhai para mim e sereis salvos, vós, todos os confins da terra; porque eu sou Deus, e não há outro."

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