Experimentando o Poder da Ressurreição de Cristo, 3 histórias sobre um túmulo vazio


O relato da ressurreição em João mostra a importância do evento para a vida das mulheres, dos discípulos e para nós. Embora muitos neguem este fato, a Bíblia, a história e a Igreja nos confirmam que a ressurreição realmente aconteceu. De acordo com Paulo, o acontecimento que foi visto naquela manhã de um domingo é a âncora da nossa fé, ao ponto de afirmar que "se Cristo não ressuscitou, a nossa fé é vã" (1 Coríntios 15.13-19).

Vamos para João, e vejamos as reações das testemunhas para aprendermos com eles.

Da incerteza para a fé

A primeira pessoa que aparece é Maria Madalena. Sabemos que não foi sozinha naquela manhã, e que todas viram o túmulo vazio (Lucas 23.55-24.3). A diferença no relato está naquilo que Maria fez. Ela foi avisar a Pedro e João sobre o desaparecimento do Messias.
No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu que a pedra estava revolvida. Então, correu e foi ter com Simão Pedro e com o outro discípulo, a quem Jesus amava, e disse-lhes: Tiraram do sepulcro o Senhor, e não sabemos onde o puseram. (João 20:1-2, ênfase meu)
Vejam que a  reação de Maria era de perplexidade, ela acreditou que algumas pessoas levaram o corpo do Senhor para outro lugar, isto porque sabia que o sepulcro não era dele (Mateus 27.59-61; Lucas 23.53; João 19.38-42) e poderiam tê-lo mudado para uma sepultura definitiva.

A angústia de perder o corpo do Senhor, de não saber o que teria acontecido. Mesmo assim ela se esforça, e no meio de toda essa incerteza compartilha com os discípulos seu coração, eles saem e contemplam (que será o ponto a seguir), e ela os acompanha de volta ao sepulcro, e entramos no clímax da história desta maravilhosa mulher.
Tendo dito isto, voltou-se para trás e viu Jesus em pé, mas não reconheceu que era Jesus. Perguntou-lhe Jesus: Mulher, por que choras? A quem procuras? Ela, supondo ser ele o jardineiro, respondeu: Senhor, se tu o tiraste, dize-me onde o puseste, e eu o levarei. Disse-lhe Jesus: Maria! Ela, voltando-se, lhe disse, em hebraico: Raboni (que quer dizer Mestre)! Recomendou-lhe Jesus: Não me detenhas; porque ainda não subi para meu Pai, mas vai ter com os meus irmãos e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus. Então, saiu Maria Madalena anunciando aos discípulos: Vi o Senhor! E contava que ele lhe dissera estas coisas(João 20:14-18, ênfase meu)
Maria contempla Jesus, mesmo que no começo ela o confunda com o jardineiro. Quantas vezes confundimos Jesus! Em Israel esperavam o rei, o libertador, aquele que os libertaria do Império Romano e restauraria a glória do reino de Davi e Salomão. Porém Jesus, mesmo ressurreto, mantem seu caráter manso e humilde. Jesus, que se ofereceu assim mesmo como o Cordeiro de Deus dias atrás, dando sua vida por todos, apresentou-se no Trono de Deus como a Oferta Perfeita de Expiação (Hebreus 9.24-26); agora, na Sua Exaltação, era o Nome sobre todo Nome, o Rei da Glória do Salmo 24.

O que Maria devia fazer, de acordo com Jesus, não era mais tentar reter ao Senhor, mas anunciar sua ressurreição dentre os mortos. Maria não podia pensar que agora Jesus estaria sempre com eles de maneira física, Jesus lhe lembra, de maneira carinhosa, de onde Ele vem e para onde vai: para o Pai. Agora, devem anunciar que a ressurreição aconteceu,e que as pessoas, principalmente seus discípulos, lembrem das suas palavras.

Vejam, as ênfases nos dois textos, como cambia a perspectiva de Maria: no primeiro trecho, ela não sabia o que havia acontecido com o corpo do Senhor; porém, uma vez se encontrando com o Senhor, a incerteza virou fé e ousadia. Esse é o Poder da Ressurreição de Cristo! Onde as duvidas são transformadas em certezas, e o choro vira ousadia.

Os medrosos são encorajados

Simão Pedro e João foram correndo ao sepulcro, sendo João mais novo chegou primeiro, e eles conseguiram enxergar dentro da cova.
Saiu, pois, Pedro e o outro discípulo e foram ao sepulcro. Ambos corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa do que Pedro e chegou primeiro ao sepulcro; e, abaixando-se, viu os lençóis de linho; todavia, não entrou. Então, Simão Pedro, seguindo-o, chegou e entrou no sepulcro. Ele também viu os lençóis, e o lenço que estivera sobre a cabeça de Jesus, e que não estava com os lençóis, mas deixado num lugar à parte. Então, entrou também o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro, e viu, e creu. (João 20:3-8, ênfase meu)
 Ambos entraram e contemplaram o sepulcro. Pedro viu a posição dos lençóis e das faixas, e ficou maravilhado, a presença dos tecidos demonstra que o corpo não tinha sido roubado nem levado para lugar algum; além disso há uma pulcritude na disposição, como se alguém tivesse arrumado o sepulcro como a pessoa que arruma seu quarto ao acordar (por favor, não venha a dizer que Jesus estava em coma, isso era impossível, ele estava efetivamente morto quando foi descido da cruz!), isso impressiona o discípulo que dias antes negado o Mestre, mas cria no outro discípulo algo diferente.

João foi o primeiro a crer na ressurreição do Senhor, porém essa fé ainda não o transformara
Ao cair da tarde daquele dia, o primeiro da semana, trancadas as portas da casa onde estavam os discípulos com medo dos judeus, 
Este verso mostra, de uma maneira física, como era a condição do coração dos discípulos. Portas trancadas por medo, possivelmente da decepção de ver como o Mestre foi morto de uma maneira vil e pública como malfeito; medo de serem catalogados de falsos e sofrer a expulsão da sinagoga; medo de perder tudo, família, emprego, casa, a vida como a conheciam. Eles não podiam simplesmente voltar e dizer "gente, foi mal, me desculpem", eles acreditaram, falaram de Jesus, o defenderam, compartilhara e acreditaram que era o Messias. Mas tudo acabou naquela cruz.

Será mesmo?
veio Jesus, pôs-se no meio e disse-lhes: Paz seja convosco! E, dizendo isto, lhes mostrou as mãos e o lado. Alegraram-se, portanto, os discípulos ao verem o Senhor. Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio. E, havendo dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo. Se de alguns perdoardes os pecados, são-lhes perdoados; se lhos retiverdes, são retidos. (João 20:19-23, ênfase meu)
Eu gosto desta passagem, porque o Messias, aparecendo, lhes fala diretamente ao coração. Em Marcos vemos que Ele lhes reprender a falta de fé (Marcos 16.14), mesmo assim podemos ver no Messias o quanto amou esses cabeças duras dos discípulos, ao ponto de encaminhá-los a continuar a obra dele.

A ressurreição deve falarmos ao coração, porque neste tempo o cristianismo está tão desacreditado, e a pressão da sociedade e da mídia está tão forte sobre a Igreja, que parece que o melhor a ser feito é fechar as portas do coração e dos Templos, cultuando somente os escolhidos ao Senhor, mantendo a fé presa por medo ás opiniões dos outros.

Isso quer dizer que ainda não experimentamos o Poder da Ressurreição de Cristo.

Jesus não somente aparece para dar Paz, a paz dele tem um propósito, e não é somente aquecer o coração. A Paz de Cristo gera em nós, pelo Poder do Espírito, a ousadia para falar de Cristo, do Seu perdão e vida.

O Cristo ressurreto nos dá a certeza de que Ele é o Salvador, o Príncipe Exaltado, o Messias de Deus. Vemos isso nas pregações de Pedro após Pentecostes, onde ele, com a ousadia e o Poder do Espírito, sai das portas trancadas do local onde estavam, para compartilhar com as multidões a grandeza de Jesus, Sua Exaltação, e o chamado ao arrependimento. Devemos, porque sabemos que Cristo ressuscitou, sair do comodismo e do temor e proclamar Cristo, anunciando o perdão de pecados para todo aquele que se aproximar dele pela fé.

A cruz e a ressurreição devem nos motivar a fazer missões.

Da incredulidade para a Bem-aventurança

O que dizer de Tomé? Deixemos que o próprio João conte a história.
Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Disseram-lhe, então, os outros discípulos: Vimos o Senhor. Mas ele respondeu: Se eu não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, e ali não puser o dedo, e não puser a mão no seu lado, de modo algum acreditarei. Passados oito dias, estavam outra vez ali reunidos os seus discípulos, e Tomé, com eles. Estando as portas trancadas, veio Jesus, pôs-se no meio e disse-lhes: Paz seja convosco! E logo disse a Tomé: Põe aqui o dedo e vê as minhas mãos; chega também a mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente. Respondeu-lhe Tomé: Senhor meu e Deus meu! Disse-lhe Jesus: Porque me viste, creste? Bem-aventurados os que não viram e creram. (João 20:24-29, ênfase meu)
"Ver para crer" era o lema de Tomé. Porém, desta vez, recebeu a reprimenda do Senhor.

Sabemos tanto sobre o relato, brincamos e acusamos tanto ao apóstolo que nos esquecemos de nos examinar neste texto. Veja bem, quantas vezes esperamos um sinal para saber se devemos servir ao Senhor? Quantas vezes temos sido negligentes na nossa devoção? Sempre temos uma atitude de fé, ou pensamos que Deus está nem aí para mim? Confiamos no que Deus diz na Sua Palavra, ou duvidamos do que Ele pode fazer?

Isso é o que posso chamar de espírito de Tomé pairando sobre o coração

O confronto de Jesus com seu discípulo nos fala de como Jesus lida com a nossa incredulidade e dureza de coração. Ele nos chama para si, nos confronta e nos desafia a crer. O evento de Tomé não foi imediato daquele domingo, tinha acontecido oito dias depois, o que nos dá a entender que, mesmo perante as evidências, inclusive dos acontecimentos de Emaús (Lucas 24.13-35), o discípulo permaneceu firme na sua incredulidade.

Se a nossa fé fosse tão firme como a nossa incredulidade, o mundo há muito tempo teria sido alcançado pelo Evangelho!

Mas, quando experimentamos o Poder da Ressurreição de Cristo, nos prostramos perante Sua face, reconhecemos Seu Senhorio sobre nós, e somos bem-aventurados, porque cremos sem ver, estando prontos para a comissão.

Qual é a sua história?

Acredito que esta deve ser a pergunta a ser respondida hoje. 

Cristo ressuscitou dentre os mortos, e todos os que creram foram chamados a compartilhar dessa história maravilhosa. Nós hoje também somos chamados por Cristo, não somente a crer, mas a viver no Poder da Ressurreição de Cristo.
  • Um Poder para testemunhar, assim como lemos neste relato e em Atos 1.8
  • Um Poder para vencer o pecado (Romanos 6.4-5)
  • Um Poder que experimentaremos na nossa ressurreição futura (Romanos 8.10-11)
Qual será a nossa história neste domingo? Cristo ressuscitou dentre os mortos, isso é um fato incontestável, mas experimentas essa vida em ti? Teu coração está rendido a Jesus? Como está o desejo de servir?

A ressurreição é maravilhosa, é âncora da fé, precisamos viver de acordo com o Poder que operou em Cristo na sua ressurreição, no Poder do Espírito de Deus, que é enviado pelo Pai a todo aquele que crê.

Que a vida em Cristo seja abundante em ti hoje.

Feliz domingo de Ressurreição.

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