Vamos rever nossa Eclesiologia? #coronavirus #pandemia


Ontem a noite foi a reunião mais difícil que já presidi no Conselho da nossa Igreja. A decisão que tomaríamos definiria os rumos da nossa congregação nas próximas semanas. Os adolescentes estavam se integrando na vida da congregação, o Instituto de Formação Teológica era uma realidade maravilhosa, as Mulheres estavam se reunindo com bom ânimo (como sempre), o Aniversário estava com a programação pronta, o Mês da Família estava na fase de convite aos pregadores, a EBD tinha uma capacitação para os professores e pais no mês de abril.

Estávamos experimentando um momento lindo, mas as circunstâncias mudaram radicalmente desde finais de fevereiro, especificamente no dia 26, quando se deu o primeiro caso positivo de coronavírus no Brasil.

A partir de então entramos num período de tensa calma, de olhar o quando, quando chegaria o vírus a Rio de Janeiro, quando chegaria o vírus a Minas Gerais, quando o vírus estaria em Juiz de Fora, quando o vírus bateria a porta aqui em Bicas. E depois disso seria o quê, o quê fazer como sociedade, o quê fazer como cidadãos, o quê fazer como igreja.

E assim foi a nossa reunião ontem. Somente em Bicas o vírus ainda não chegou, mas sabemos que será questão de dias ou semanas quando ele se manifestar em alguém, e depois dali só Deus sabe.

Por isso, apesar das coisas boas que estamos experimentando como congregação, entendemos que o tempo requer de mansidão e prudência (como afirmei nos meus últimos posts), por isso suspendemos, de maneira indefinida, todas as nossas programações.

Isso nos leva a seguinte pergunta, o que será da nossa Igreja?

A resposta a isso é: ela sobreviverá, porque ela foi estabelecida por Jesus!

Mas há todo um ensino nestes dias, porque vamos a ter que rever nossos conceitos eclesiológicos, olhar para a Igreja de uma forma diferente. Nestes dias estaremos meditando sobre isso, porque nada será igual. A pandemia do coronavírus trará mudanças significativas na nossa vida, e no conceito de igreja, a eclesiologia será revista e se tornará mais bíblica e viva.

Por isso, enquanto a tormenta estiver batendo na nossa pequena embarcação, devemos olhar para esta realidade, que acaba sendo o redescobrimento da eclesiologia bíblica:

  • A Igreja, mais do que uma Organização, é um Corpo, o Corpo de Cristo, e como tal devemos agir agora. 
  • A Igreja é composta por famílias, o que passa a se transformar na prioridade na ministração da palavra.
  • A Igreja é composta por líderes familiares. Se cada pai e mãe ensina agora as Escrituras aos seus filhos, e ora com eles, teremos uma Igreja fortalecida no Poder do Espírito de Deus.
  • A Igreja vive na solidariedade, devemos nos prontificar para ajudar ao necessitado.
  • A Igreja vive de joelhos. Devemos orar mais, clamar por misericórdia, confessar nossos pecados a Deus e andar na firmeza do Pai Celestial.
  • A Igreja é a voz profética de Deus ao mundo. É um momento de proclamar o Evangelho, use tudo o que estiver ao seu redor para que todos ouçam a vida de Cristo.
  • A Igreja avança pela manifestação dos dons que Deus concedeu aos seus filhos. Efésios 4, 1 Coríntios 12 e Romanos 12 mostram alguns dons que a Trindade, na sua Santa Vontade, derramou sobre todos nós. Seja um instrumento dele e exercite aquilo que recebeu.
  • A Igreja continuará sendo sustentada através das contribuições dos seus membros. Entre em contato com algum membro da Diretoria Estatutária, e receberá informações ao respeito.
  • Acima de tudo, a Igreja pertence ao Senhor Jesus, devemos agir como Filhos do Senhor como porta-vozes da esperança gloriosa que temos em Cristo, e da salvação que temos recebido. Não é hora de adocicar a mensagem, mas aumentar a dosagem: arrependimento e fé ainda são necessários para entrar no Reino de Deus. Se alguém duvida do Juízo de Deus sobre o mundo hoje, pois não está lendo a Bíblia.
  • Proclame a volta do Rei, a Igreja clama "Maranata, vem Senhor Jesus!"
É hora de sermos uma igreja viva, visível e vitoriosa em Cristo.


Meus sonho é que, no final de tudo, e quando chegarmos na Igreja por primeira vez depois de tanto tempo:

  • Um abraço terá um gosto diferente.
  • Sentar no banco, ou na cadeira do templo, terá uma sensação aconchegante.
  • Louvar a Deus em unidade será feito com mais fervor.
  • Ler as Escrituras a uma voz trará aquele senso de unidade.
  • Olhar para o outro não será mais na hipocrisia, mas no amor sincero.
  • A saudade baterá forte.
  • A mensagem será ainda mais valorizada.
  • Vamos querer compartilhar ainda mais tempo, quem sabe com um lanche pós-culto.
  • Duvido que alguém queira perder mais um culto!

Proteja seus idosos, higienize-se, e siga as instruções dos Órgãos do Governo. Não se esqueça que devemos evitar ser portadores do vírus aos mais carentes e vulneráveis.

Que Deus te abençoe. Estamos juntos, e em Deus faremos proezas!

Comentarios

Anónimo dijo…
Maravilhosa partilha meu pastor! Mesmo em espaços físicos diferentes vivemos a unidade em Cristo Jesus o nosso Salvador.