Os judeus, o preconceito e eu, será que cometo o mesmo erro?

Ouvindo isso, não apresentaram mais objeções e louvaram a Deus, dizendo: "Então, Deus concedeu arrependimento para a vida até mesmo aos gentios! " Atos 11:18
Os judeus, na época do Novo Testamento, se consideravam filhos de Deus por direito. Sendo descendentes de Abraão por Isaque e Jacó, viam na linhagem e a terra o cumprimento das promessas de Deus para eles. Ao receberem a Lei da mão de Moisés, assimilaram a ideia de que eram o povo escolhido do Senhor, e assim permaneceu até depois da conversão a Jesus.

Para eles, a conversão ao cristianismo era natural, porque o Messias veio a cumprir a Lei, a se tornar o sacrifício perfeito, a ser o Servo Sofredor de Isaías, o profeta de Deuteronômio 18, o filho de Davi, e assim por diante. Todas as promessas messiânicas cumpriram-se em Jesus, e por isso, crer nele era continuar a raiz da fé formada em Abraão.

O problema, como vemos aqui depois de que Pedro foi interpelado pelos judeus após ir até a casa do Cornélio, é que eles achavam que a fé em Cristo era exclusivamente para eles, o povo escolhido, a nação santa, os moradores da Terra da promessa; ficando os gentios de fora, mais uma vez, porque eram "cães" e imerecedores desta vida.

O mesmo Pedro teve que rever seus preconceitos antes de entrar na casa de Cornélio, e para isso o Senhor lhe deu uma visão, onde entendeu que ninguém pode chamar de imundo aquele a quem Deus purificou.

Nós hoje falamos, e pregamos, que a salvação é oferecida a todos por Cristo o nosso Senhor, dizemos que todos podem ter acesso à água da vida, porque em Cristo toda tribo, língua e nação deve se prostrar perante Ele. O discurso é lindo, bíblico e relevante, mas será que estamos vivendo isso na real?

Para isso, algumas perguntas podem nos ajudar a esclarecer isto:

  • Tenho resistência de pregar o Evangelho a pessoas que pensam diferente de mim?
  • Não gosto quando alguém que veste diferente entra na Igreja?
  • Tenho um "padrão crente de vida", que deve ser seguido, para que essa pessoa mereça ouvir a mensagem?
  • Compreendo as necessidades das novas gerações, ou tento encaixá-las aos meus conceitos?
  • Eu pregaria para alguém como eu, ou teria como me abrir para um grupo diferente?
Os preconceitos cegam o nosso entendimento do Calvário, cria orgulho e arrogância na nossa vida, e somos egoístas na hora de compartilhar o Evangelho. É fácil cair na tentação dos judeus, e achar que somente os justos podem ser salvos, quando o próprio Jesus falou que os que procuram o Médico são os que entendem que são doentes, cegos ou necessitados. Podemos ser preconceituosos com o vizinho porque é religioso, ou porque não olha com candor a minha vida. Temos preconceito dos que nos contrariam e nos perseguem, ao mesmo tempo daqueles que vestem, andam e pensam diferente.

Jesus morreu para que todo aquele que crê tenha a vida eterna, mas essa pessoa, antes de crer, está perdida nos seus delitos e pecados. Será que não podemos amar essa pessoa como Cristo nos amou? Será que ela não pode ouvir sobre o perdão dos pecados, da justiça de Deus sendo satisfeita em Cristo e da vida eterna? Quem somos nós para fechar a porta do reino de Deus às pessoas?

Que Deus tenha misericórdia de nós!

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