A criança tem valor?


Outro discípulo, André, irmão de Simão Pedro, tomou a palavra:"Aqui está um rapaz com cinco pães de cevada e dois peixinhos, mas o que é isto para tanta gente? " João 6:8,9
Se lembramos a história da multiplicação dos pães e dos peixes, somente os homens foram contados, ficando na contagem as mulheres e as crianças de fora.

Mas foi uma criança, do grupos dos não-contados, quem forneceu o pão e o peixe.

Era verdade que um judeu tinha uma estima melhor de uma criança do que um romano, mas nem por isso podemos dizer que era como hoje em dia. A criança, enquanto não se tornasse adulto, não era muito bem-vinda nas reuniões, e a presença deles incomodava (agora dá para entender a causa que levou os discípulos a mandar embora as crianças quando se aproximaram de Jesus).

Mas foi uma criança a única pessoa a levar mantimentos, e André levou essa criança até Jesus com os pães e peixes.

Se tivessem desprezado o alimento, pelo mero fato de ter sido levado por uma criança, quem sabe o que teria acontecido. Mas a Glória de Deus se manifestou pelo lado menos esperado: uma criança.

Somente Deus sabe o que se passou na mente dessa criança nessa hora, mas foi um instrumento dele nessa hora para abençoar tantas vidas, e isso rendeu glórias a Deus. O Senhor se glorifica justamente naqueles em quem não contamos, para que saibamos que todo poder e glória pertence a Ele, e não à nossa "espertice" ou sabedoria.

Também, o fato de ser uma criança quem vá a ser o instrumento de Jesus para alimentar os cinco mil, e o fato que Jesus nunca desprezou uma criança, deve fazermos refletir na maneira como lidamos com as crianças, e inclusive como valorizamos o Ministério Infantil na nossa Igreja.

Como pais, temos a tendência de dar aos nossos filhos aquilo que nunca tivemos: melhor educação, melhores condições de vida, evitar as privações e frustrações. Isso é algo natural porque queremos ver os nossos filhos felizes e bem-sucedidos. Mas isso, de maneira alguma, deve nos impedir de compartilhar com eles os princípios eternos das Escrituras. Porque, de que serve que os nossos filhos sejam homens e mulheres de sucesso no mundo, quando suas vidas estão longe da presença do Senhor?

Um dos aspectos que temos que avaliar, como pais, é o conceito de esperança que estamos formando nos nossos filhos. Se estamos fazendo de tudo para que eles sejam os melhores nesta vida, com dificuldade vamos estabelecer um firme fundamento eterno. Pelo contrário, se formamos neles um senso de eternidade, no entendimento que renderemos contas ao Senhor, que nossas vidas precisam do lavar dos pecados pelo sacrifício de Jesus na cruz, que a vida cristã é muito mais do que uma religiosidade, que ela influencia a vida toda e nos torna servos de Cristo; certamente estaremos semeando para a eternidade.

E o Ministério Infantil? Não podemos chamar a qualquer um para um ministério tão importante na nossa Igreja. Os professores da EBD deveriam ser os melhores, preparados em conhecimento pedagógico e bíblico para atender as demandas e necessidades de seres tão curiosos e ávidos de conhecer tudo. As instalações para as crianças não devem ser as piores, mas aquelas que permitam, inclusive, momentos de lazer e brincadeiras.

Porque, crianças são crianças!

Em Jesus vemos como toda pessoa tem o seu valor, não podemos desprezar alguém porque é diferente a nós, ou porque é "inferior". Em Cristo, todos temos lugar na mesa do Senhor.

Você e eu nos importamos pelas crianças?

Que Deus abençoe você

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