Política na Igreja


Estamos em ano eleitoral aqui no Brasil, o que quer dizer que muitas pessoas estão se candidatando para Cargos Públicos, o que é lícito, democrático e necessário.

Todos eles vão precisar de alguma vitrine para expor suas ideias. O que é normal no jogo democrático eleitoral.

Cada candidato quer expor suas ideias ao maior número de pessoas, porque conhecendo as propostas, as pessoas poderão escolher em base à razão e não pela subjetividade do nome ou sigla partidária.

Porém, usar um Culto, ou a Igreja como ponto de Campanha, isso ai - nem no meu país, nem aqui ou em outra parte do mundo - não pode ser aceito.

Vou dar minhas razões, que são simples mas necessárias:
  1. Jesus separou a Igreja e o Estado: quando interrogado ao respeito dos tributos, Ele falou: "Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus" (Mateus 22.21) separando Igreja de Estado.
  2. Jesus falou que o Seu Reino não pertence a este mundo (João 18.36), e Paulo nos lembra que a nossa cidadania está nos céus (Filipenses 3.20). A prioridade da Igreja está na proclamação do Reino de Deus, e não na Política dos homens.
  3. A Igreja cumpre uma missão profética no mundo, é o instrumento de Deus para, sob o auxilio do Espírito Santo, convencer o mundo de pecado, justiça e juízo. Se a Igreja se comprometer com uma posição política definida, ela perde essa vocação e imparcialidade.
Isso não quer dizer que um cristão não pode participar da política. Ao contrário, se alguém tiver vocação para a política, ele deverá, então, participar como qualquer outra pessoa. Mas, isso não torna ele "o candidato dos evangélicos". Cada cidadão é livre para escolher àquele que achar conveniente para o desenvolvimento da sua comunidade, independentemente da filiação religiosa do candidato. 

Mas, querido candidato, não peçam usar o púlpito como plataforma política, é constrangedor e manipulador. Use os meios disponíveis para fazer isso, mas por amor aos que querem ouvir a Palavra de Deus, limite-se a proclamar o Evangelho.

Amado colega Pastor, não tente doutrinar sua Igreja sobre um pensamento político específico. Nós temos pessoas da Direita, da Esquerda, e os que não se encaixam em lugar nenhum. Por amor à Igreja, não façamos dos nossos púlpitos um lugar de propaganda política. Continuemos na vocação profética a nós encomendada pelo Deus que fez todas as coisas.

Por último, como estrangeiro sou impedido a votar no Brasil, mesmo assim oro para que os brasileiros possam escolher com sabedoria e oração àquele que achem digno de servir nas suas cidades. Porque o fato de ser estrangeiro não quer dizer que não ame o Brasil!

Que Deus abençoe o Brasil.

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